terça-feira, 28 de maio de 2013

Milho está 25% mais caro este ano no São João

BLOG DO BRUNO MORAIS
Quem quiser comer um milho assado ao lado da fogueira terá pagar caro
Um dos tradicionais protagonistas do São João no Nordeste, o milho este ano deve ficar 25% mais caro, na comparação com o ano passado. A seca que afeta a região impacta na produção do milho de sequeiro, o que é irrigado com a água da chuva e complementa a oferta do produto. Por mais que 90% sejam provenientes de agricultura irrigada, o problema é que a estiagem provocou uma queda em torno de 50% da produção do milho de sequeiro estadual, segundo o diretor técnico do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE), Paulo de Tarso. No ano passado, a safra já teve uma queda de 25%.
Pela perspectiva da Ceasa-PE, a “mão” de milho (equivalente a 50 espigas) poderá ser vendida por até R$ 30, enquanto no São João de 2012 o preço médio ficava entre R$ 20 e R$ 25. “Este ano, pode ser que a mão de milho fique entre R$ 25 e R$ 30. A seca afeta a produção do milho irrigado com a água da chuva, cerca de 10% de toda a produção do período junino”, explica Paulo de Tarso.
“O Nordeste todo teve a produção comprometida, é possível que esse percentual também se reflita em outros Estados”, diz Paulo. O diretor técnico ressalta que ainda é cedo para saber se o impacto nos preços poderá ser ainda maior, já que a demanda pelo produto se acentua nas primeiras semanas de junho, embora o ciclo junino tenha início desde maio.
“A seca prejudica o milho de sequeiro, que é comprado para engrossar a oferta do produto. A produção menor impacta no preço, mas teremos uma ideia mais clara de quanto poderá ser o impacto a partir de 10 de junho, quando aumenta o consumo de comidas de milho”, sinaliza Paulo.
Pernambuco é a origem 80% de todo o milho que consome, uma produção concentrada nas cidades de Ibimirim, Vitória de Santo Antão, Chã Grande, Passira, Limoeiro, Pombos, Bonito e Gravatá.
O diretor técnico da Ceasa-PE diz que os outros 20% são provenientes de outros Estados, de cidades como Açu (RN), Limoeiro do Norte (CE), Alhandra (PB) e Irecê (BA). “Sempre somos abastecidos por esses Estados, mas este ano não sabemos ainda se virá milho da Bahia, que foi muito afetada pela seca”, sinaliza Paulo.
Com a menor produção do cereal, este ano a Ceasa-PE prevê uma venda um pouco mais modesta que em 2012. A estimativa é que sejam vendidos entre 13 e 14 milhões de espigas de milho durante todo o ciclo junino de 2013. “Só em junho, nossa estimativa é que sejam comercializadas 10 milhões de espigas.”
Em 2012, a Ceasa-PE fechou o ciclo com a venda em torno de 14,5 milhões de espigas de milho.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário